A partir dos anos de 1990, em razão dos novos rumos tomados pela educação, tem aumentado o número de propostas que, reforçando a necessidade de estimular os saberes surgidos espontaneamente no cotidiano dos alunos e valorizando a cultura local, desvalorizam o conhecimento sistematizado e a universalização do seu acesso por parte da classe trabalhadora. Nesse contexto, considera-se oportuno chamar a atenção para o relevante papel da escola e do professor na formação e no desenvolvimento da consciência humana.
No livro, com o fim de proporcionar a compreensão do contexto mais amplo em que os professores exercem suas atividades profissionais e de sua influência na organização e na gestão da escolar, bem como nas práticas pedagógicas em sala de aula, revelam-se as dinâmicas sociais nas quais as diferentes concepções são produzidas e aplicadas. Espera-se, assim, contribuir para o conhecimento das propostas educativas da primeira metade do século, as quais correspondem ao ideal republicano da sociedade capitalista em sua fase de consolidação.
Considerando que tais propostas estavam vinculadas à organização dos sistemas nacionais de ensino, procura-se oferecer elementos para a maior compreensão dos novos rumos tomados pela educação na atualidade, quando a função da escola como transmissora de conhecimentos parece estar sendo secundarizada. O desafio que se coloca para debate é a perspectiva de se reiterar a função social da escola pública como um espaço vital para a socialização dos conteúdos científicos, filosóficos e artísticos já produzidos pela humanidade e, ao mesmo tempo, como um componente importante na luta mais ampla pela emancipação humana. Afirmando a importância do conhecimento sistematizado, os autores assinalam que é função da escola se ocupar da transmissão do conhecimento científico, filosófico e artístico, enfim, da cultura produzida pelo conjunto dos homens ao longo da história. Essa é uma condição essencial para o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores.
