Subjetividade e violência: desafios contemporâneos para a psicanálise

A importância deste livro corresponde a uma leitura da Psicanálise que considera o indivíduo como produtor da cultura, entendendo a construção das subjetividades na intersecção dialética indivíduo-sociedade. É realçada a historicidade nas transformações sociais e as repercussões na relação entre os homens e suas subjetividades. Os textos foram construídos por meio de uma releitura da obra de Sigmund Freud, feita à luz da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt (Theodor Adorno); Além de comporem a leitura freudiana da principal autora – Profa. Dra. Angela Caniato – os artigos refletem o desdobramento desta abordagem em Projetos de Iniciação Científica de acadêmicos de Psicologia, integrantes do projeto de Pesquisa-intervenção “PHENIX: a Ousadia do Renascimento da Subjetividade Cidadã”, vinculado à Universidade Estadual de Maringá. A práxis deste realiza-se com adolescentes pauperizados da cidade de Maringá por meio de reuniões semanais com grupos do Centro Social Marista (Cesomar). São levantadas questões, demandas a serem discutidas nos encontros posteriores. Uma das etapas se faz pela preparação teórica dos acadêmicos participantes do PHENIX, com o objetivo de fundamentar teoricamente as discussões com os adolescentes. Na elaboração teórica destas questões-demandas, levamos em consideração os postulados teóricos da Psicanálise, articulados à compreensão do processo de exclusão vivido por estes adolescentes, tendo em vista os preconceitos e estereótipos de malignidade que acabam por internalizar, assim como as injunções de “categorias de acusação” de criminalidade, que são atribuídas socialmente a este grupo. Com este embasamento teórico, podemos ajudá-los a desfazer certas identificações disruptivas em relação a si e a seu grupo social, que tais adolescentes vem construindo no decorrer de suas vidas, por viverem bombardeados pelos modelos identificatórios excludentes e violentadores, difundidos pela Indústria Cultural. Para efetivar nosso objetivo, buscamos desenvolver junto aos adolescentes o pensamento reflexivo, pautado numa crítica imanente para que estes jovens, que vivem em condições sociais violentadoras da cidadania, possam se tornar agentes transformadores da realidade social: uma “Educação Emancipatória”.