Silêncios e literatura: construções de sentido em Jerusalém

A arte literária, oral ou escrita, nunca pôde prescindir do silêncio seja porque ele é a premissa para se criar um discurso, seja porque o silêncio é componente de qualquer linguagem. Os silêncios não se constituem como meros elementos ornamentais, mas como elementos expressivos, uma vez que eles significam sempre. Em Jerusalém, o tema da loucura é exacerbado devido, justamente, aos silêncios construídos ao longo da narrativa. A literatura, cujas fronteiras se apresentam cada vez mais fluidas, acolhe diversas áreas do saber e os silêncios são responsáveis pela movimentação dos sentidos, e são eles que permitem a interpretação dos diversos campos conhecimento. Partindo de uma experiência de quase suicídio, passando pelo extresse pós-traumático e chegando à esquizofrenia, o romance cria uma realidade na qual os silêncios exercem papel importantíssimo para que se possa compreender melhor o ser humano.