A leitura em primeira mão desta obra permite de imediato afirmar que estamos diante de um estudo muito bem estruturado, consistente e necessário para a compreensão dos desafios que se põem para a política de gestão da educação em geral e, em especial, da educação básica. Dentre tais desafios, destaca-se aqui, como alvo privilegiado das análises, constatações e reflexões da autora, o da relação entre democratização e privatização da educação básica no contexto de vigência de um neoliberalismo exacerbado e de novas formas de sociabilidade do capital em que o Estado, como o mercado, assume novas estruturas e novos papéis funcionais a
essas mudanças no modo hegemônico de acumulação.
Partindo do pressuposto de que o real concreto – no caso, a realidade da educação básica no Brasil – não se explica por si, mas é produto cumulativo e progressivo de múltiplas determinações ou fatores imediatos e mediatos de variada natureza, a autora procede a uma sistemática análise dos eventos econômicos, políticos, jurídicos, entre outros que perpassam a história do desenvolvimento capitalista nos séculos XX e XXI, principalmente a partir dos anos 1990 aos nossos dias, e que condicionariam e/ou determinariam a atual realidade educacional.