Artista do povo, O: Mazzaropi e Jeca Tatu no cinema do Brasil

A principal finalidade deste livro é estudar a obra do ator, diretor e produtor cinematográfico brasileiro Amácio Mazzaropi (1927 – 1981) e situar seu trabalho em termos do cinema brasileiro. O livro mostra que a obra de Mazzaropi constitui um dos fenômenos mais complexos da cultura brasileira desde a metade do século 20. Como prática cultural, a obra de Mazzaropi pode ser teorizada como contestação da indústria hegemônica do cinema no Brasil. Ao mesmo tempo, sua volumosa obra (32 filmes, dos quais 21 escritos, produzidos e dirigidos por ele) mostra considerável conhecimento dos temas, problemas e ansiedades que os brasileiros haviam de enfrentar diante do advento de uma agressiva cultura capitalista. No livro a autora demonstra um esforço para propiciar a abertura do cânone do cinema brasileiro para incluir a obra daqueles que, como Mazzaropi, não pertencem às elites intelectuais nem participam de festivais internacionais de cinema, mas que dedicam seu trabalho exclusivamente àquele segmento da população brasileira que quase nunca foi objeto de consideração por outros diretores cinematográficos.