A presente obra traz como objeto de discussão o preconceito. Sua produção visa a entender e explicar o preconceito em relação à própria vida, apresentando-o como uma objetivação humana. Para isso, busca-se adentrar a intrincada trama da produção do homem e de suas criações, a fim de situar, no plano material, o preconceito. Em um exercício retrospectivo e reflexivo, o qual abarca sociedades primitivas e classistas em suas diferentes formas de organização, detendo-se, em particular, na sociedade capitalista, procura-se desfazer a pretensa independência do fenômeno preconceito e demonstrar o seu caráter mediato e derivado. Procura-se, ademais, responder à seguinte questão levantada para investigação: o preconceito encontra-se, atualmente, reconfigurado? Aponta-se para uma produção histórica do preconceito e, por conseguinte, para uma configuração condizente com as demandas de cada local e época, em acordo com o modo de produção material da vida. Evidencia-se que, no tempo presente e no bojo da acumulação flexível de capital, a objetivação preconceito passa por um processo de esvaziamento de significado, ante a uma adesão espontânea e ao extremismo na qualificação das ações humanas como preconceituosas. Diante da impossibilidade de abordar com profundidade as suas muitas expressões, busca-se a aproximação de três manifestações de preconceito: o teórico, ao migrante e à mulher. São tomados, para tanto, exemplos de evidências do real. Na conclusão da obra, mediante o exposto, é destacado o caráter tanto nocivo quanto preventivo do preconceito, em um exercício dialético de compreensão. É destacado, ainda, que abordar o preconceito como uma objetivação humana exige, necessariamente, uma educação, sobretudo a escolar, que revele os nexos, as contradições, as lutas e os antagonismos que movem a existência material da humanidade. A formação de professores precisa, por certo, estar sintonizada com essa exigência.